segunda-feira, 21 de julho de 2014

Trail Sintra Monte da Lua

Ontem foi dia do tão aguardado Trail Sintra Monte da Lua. A distância escolhida foi de 25 Km que é a distância que ultimamente tenho feito nas provas de trail em que tenho participado.


Na sexta-feira fui levantar os dorsais a Quinta da Regaleira. Só me lembro de la ter ido uma vez numa visita de estudo do Liceu mas não me lembrava de rigorosamente nada. Para ser sincera sou uma daquelas pessoas que não aprecia muito o ambiente sombrio de Sintra. Quase toda a gente acha aquela envolvência deslumbrante e enigmática. Mas eu não consigo achar grande piada, o que é mau, porque é um sitio excelente para treinar.

O dia acordou farrusco e com alguns chuviscos a mistura fazendo ter uma série de indecisões: meias curtas ou compridas, mochila de 2 L ou de 1L, sapatilhas de Trail mais leves ou mais robustas, impermeável ou não… As escolhas foram meias compridas (e ainda bem), mochila de 1 L (Erro. Devia ter levado de 2L), sapatilhas de Trail robustas Asics Fujitrabuco (graças a deus), impermeável (perfeitamente dispensável).

Assim que cheguei a Praia das Maças caiu um aguaceiro que logo passou. Ainda assisti a partida dos 50K e logo de seguida fomos ouvir o briefing da prova dos 25K. Não consegui perceber nem ouvir nada, só qualquer coisa sobre não espreitar para ver as vistas junto às arribas porque podíamos vir parar cá abaixo e cuidado com um vespeiro que estaria não sei bem onde, blablabla, pela esquerda.

Tiro de partida dado lá seguimos pela areia. Apenas uns quantos metros e foi o suficiente para activar a minha fasceite plantar semi-adormecida. Auch…  Seguimos afastando-nos da praia  e nem passados 2 Km, engarrafamento… Para terem uma ideia do mesmo demorei 40 min para fazer os primeiros 2 Km. Fiquei parada imenso tempo numa fila para passar um mini riacho com uma corda para trepar. Fiquei logo chateada. Ficar parada ali durante tantos minutos quebrou completamente o ritmo. Nada a fazer. Depois de ultrapassado o obstáculo siga para bingo.
Passagem por Colares e um pouco mais a frente inicia-se a subida da pista de downhill. Mais um vez, e a semelhança da prova do Oh Meus Deus, esta organização resolveu por o pessoal a subir aquilo que é suposto ser a descer. Mas tudo bem. Chega o único abastecimento sólido no Monge aos cerca de 10 Km. Atestei com agua, porque bebi toda a que tinha na mochila, comi fruta e segui rumo as “pintas” laranja marcadas na floresta. Após este abastecimento percebi que haviam 3 marcas a laranjas. Duas cruzes a dar indicação que não era para ali o caminho e umas pintas laranjas. Segui as pintas como era suposto mas reparei que as marcações eram escassas numa zona de parque de merendas. Quando a zona de merendas acabou la continuavam as pintas o que significava que não me tinha enganado. Depois de ter feito o percurso do abastecimento ao inicio das arribas apercebo-me que as pessoas que estavam a chegar ao abastecimento quando de lá sai estavam agora a minha frente nas arribas e com uma distancia bastante considerável de mim. Eu ainda nem tinha começado a descer e já iam a começar a subir a primeira arriba. Possa como é que é possível? Não passaram por mim… Não sei se fui eu que me enganei ou se foram eles que atalharam mas fiquei um bocado irritada com isto.
A zona das arribas foi para mim o pior… A descer era um suplício porque os pés escorregavam constantemente nas pedras soltas fazendo dar algumas patinadelas perigosas. Depois desses sustos resolvi optar por uma técnica de sku em algumas descidas mais ingremes. Quase que fiquei sem calções e com as nádegas ao léu… E depois de uma bela descida perigosa uma subida ingreme ao género de escalada. Um pé em falso e lá íamos por ali abaixo. De facto a paisagem era espectacular mas nem consegui apreciar muito bem tal era a vontade imensa que aquela série de descidas e subidas em pedra acabasse. Nesse percurso até ao Cabo da Roca ajudei uma rapariga que tinha ficado sem agua tendo-lhe dado o meu barril e um rapaz que não se estava a sentir muito bem e a precisar de açúcar e força para chegar lá acima. Era incapaz de deixar alguém numa situação complicada ali sozinho ainda por cima sabendo que não havia ninguém da organização nem nenhum bombeiro neste percurso. Grande falha. Achei aquela zona bastante perigosa. Se calhar sou eu que sou mariquinhas mas tive algum medo especialmente nas descidas. Deveria haver alguém a dar apoio e alerta para alguma eventualidade.
Quando cheguei ao Cabo da Roca já estava em desespero. Já não tinha água outra vez. Encheram-me novamente a mochila e pensei que já faltaria pouco. Agora seria sempre a aviar. O rapaz que estava no abastecimento disse-me delicadamente: “Não se quer lavar??”. “Quem eu?”. Ai apercebi-me que estava imunda e toda farruscada. Uma mistura de pó com água fazia parecer que tinha andado a limpar chaminés. Achei que não havia grande necessidade. Lavei apenas as mãos e decidi seguir. O pior é que a minha consciência fez com que não abandonasse esses dois companheiros estreantes no trail e nada preparados sozinhos. E assim foi. Sempre que tentava impor algum ritmo de corrida rapidamente tinha de abrandar porque eles já não conseguiam mais. Até me senti um bocado culpada porque num troço cheio de pedras irregulares comecei a correr e a rapariga que seguia atras de mim caiu de cara batendo com o peito numa série de pedras. A partir daí decidi não os largar mais até a Praia das Maçãs.
Demorei 6:33 a fazer cerca de 27 Km. Nunca fiz um tempo tão mau num trail. No final tinha um misto de sensações. Estava um pouco triste por ser uma das últimas a chegar. Porque é que não fui mais egoísta e fiz a minha prova em vez da dos outros? Não sei… Mas não era capaz de não ajudar quem estivesse em dificuldades. Por outro lado o facto de ter aguentado estas horas todas em prova e no final ainda me sentir bem o suficiente para poder continuar por mais algum tempo, foi um ponto positivo.
Acho que vou demorar a digerir esta prova…
Esta foi a única foto possível:

quarta-feira, 16 de julho de 2014

1º Trail Moinhos Saloios

No domingo fui participar no 1ª Trail Moinhos Saloios na Venda do Pinheiro organizado pelo Trilho Perdido. 

Inscrevi-me um pouco em cima do acontecimento porque esta prova não estava nos planos mas tendo em conta que era perto de Lisboa decidi ir. E fiz bem porque foi muito bom.

Por volta das 8h já estava no Estádio Municipal da Venda do Pinheiro, local de partida e chegada e também de secretariado da prova. A prova tinha cerca de 250 participantes pelo que não houve grandes confusões no levantamento de dorsais e rapidamente voltei ao carro porque estava muito vento e frio. Resolvi vestir a t-shirt da prova porque estava a tiritar só com uma camisolinha de alças.


Hoje iria experimentar pela primeira vez a minha nova mochila de hidratação a pensar em provas mais longas. A outra mochila apenas permite levar 1 L de água e o tubo do saco de hidratação é bastante curto por isso não ajeito muito bem com ela. Para distâncias curtas dá perfeitamente mas para distancias mais longas ou quando está muito calor preciso de bem mais que 1 L. Aqui está ela:



Depois de muito procurar optei pelo modelo da Dechatlon Quechua Extend 0-10L que tem um saco de hidratação de 2 L e suportes para bidons a frente. É bastante leve vazia. Na minha opinião abanou um pouco quando corria talvez por não a ter prendido bem. Vamos ver como se vai portar nos próximos desafios. A prova começou as 9h e teve um parte de asfalto até entrar em pinhal, passamos pela Asseiceira Pequena e seguimos até ao monte com os moinhos de vento. Um moinho a moda antiga e dois moinhos modernos: as eólicas dos nossos dias. Uma vista espectacular e o melhor de tudo um valente leão a receber os participantes a entrada.

Foto Google Earth
A prova passava por vários tipos de trilho, o que até foi interessante para testar passagens de areia de pinhal, para pedra, para asfalto e novamente para pinhal e por ai em diante.

Tinha 4 abastecimentos, o primeiro só de água, o segundo de sólidos e líquidos, o terceiro de água e isotónico e o ultimo solido e liquido. Os abastecimentos tinham muita variedade. Á chegada era o chamado super-abastecimento com sandes, bolos, sumos, frutas frescas e uma mesa de queijos de fazer inveja a qualquer casamento. A prova tinha o apoio de uma empresa local de queijos, Montiqueijos, que ofereceu vários tipos de queijos, desde secos a meio-secos a frescos acompanhados de pão e broa regionais. Foi um belo repasto para quem consegue comer logo a seguir as provas, o que não é o meu caso. Apenas consegui comer melancia. Agarrei-me a uma taça com melancia de tal forma que um rapaz disse-me delicadamente: “Será que posso tirar um pouco?”. Não sei quem ele é mas peço desculpa pela total monopolização da taça. 

Para variar acabei toda arranhada devido ao meu prazer especial em não me desviar de galhos e silvas. Aqui está uma amostra do resultado. 




Num dos abastecimentos um senhor ate me disse: “Ohh menina, olhe que leva ai um galho espetado na perna…” E eu nem sentia nada. Arranquei o dito cujo e segui viagem.

Mais uma prova concluída. Para o próximo fim de semana veremos que desafios me esperam no tão aguardado Trail Sintra Monte da Lua. 

sábado, 12 de julho de 2014

O dia em que ganhei um dorsal...

No fim de semana passado fui visitar a feira Lisboa Bike and Running para averiguar as novidades e descontos. Como fui enganada!!! Foi uma valente banhada... As únicas marcas que tinham alguma exposição eram a Adidas (na loja da Pro-Runner) e a Nike (na loja da SportZone). Isto relativamente a sapatilhas. No que diz respeito a roupa de corrida a coisa ainda estava pior. Só a Adidas tinha uma ou outra peça de roupa mas tudo muito fraco. Estava o stand habitual da Compressport com os descontos do costume. Nada de diferente.

Mas felizmente há excepções. Um dos pontos positivos desta micro-feira foi um stand do Arrábida Ultra Trail onde decorreu um desafio durante todo o fim-de-semana.


Quem se quisesse inscrever no desafio teria de se propor a correr 5Km em menos de 30 min para ganhar um dorsal para a prova de 14,5Km, 23Km ou 80Km. No sábado a lista de inscritos era interminável e já ocupava também o Domingo. No Domingo voltei a feira para fazer um treino de corrida com o Correr Lisboa. Voltei a deslocar-me ao stand e o senhor disse-me que estava tudo cheio até ao fim da feira mas que eu fosse olhando e vendo se a passadeira estava vazia. Se assim fosse significava que alguém tinha desistido e podia tentar a minha sorte. E assim foi. Alguém não apareceu e lá fui para cima da passadeira.



Fiz os 5 Km em 27,15 min e ganhei o dorsal para os 23 Km. Esta prova já estava a muito no meu calendário para 2014. O dorsal para esta distancia custa 25€ pelo que já poupei algum cash. Fiquei bastante contente com o meu feito mas triste porque acabei por não fazer o treino de 14 Km do Correr Lisboa.

A outra excepção a seca desta feira foi o stand do Correr Lisboa. O único stand dedicado especificamente a corrida onde estavam a ser divulgados o site RunBonus e os treinos Correr Lisboa. Foi organizada na sexta-feira mais uma Secret Run. Desta vez não participei porque pensei que era no Sábado e só me apercebi que já tinha sido quando vi as fotos no Facebook. Buhhh.

Para além disso havia alguns brindes para quem se registasse no Run Bonus. Como o stand estava muito concorrido acabei por ajuda-los a explicar a alguns visitantes qual o conceito Correr Lisboa e convidá-los a treinar com o grupo. O Correr Lisboa também organizou treinos de corrida e treinos de técnica de corrida. No Domingo tive oportunidade de experimentar o treino técnico e gostei bastante. É sempre bom corrigirmos alguns erros que nem imaginamos que fazemos.

Eu tenho andado uma baldas nos treinos Correr Lisboa devido ao muito trabalho que tenho tido e às horas a que saio já os treinos vão a meio. 

Tenho aproveitado para ir ao ginásio e treinar em Monsanto para me preparar para os trails que se avizinham.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Resumo da Semana

A semana que passou serviu para fazer alguns treinos e testar o meu novo relógio Suunto Ambit 2 R. Ainda não consegui explorar todas as suas funcionalidades (que são mais que muitas) mas com a prática chego la.
Fiz o chamado micro-treino na terça. Micro porque foram apenas 4 Km. E foram 4 Km muito pouco produtivos no que diz respeito a treino efectivo. E porque? Durante o percurso na ciclovia no sentido Pupilos-Estádio Pina Manique verifiquei que havia uma série de marcações da Lisbon Eco Marathon que tinha acontecido no fim de semana anterior, que não tinham sido retiradas. No inicio pensei que poderia ser um ou outro autocolante que tivesse ficado por retirar mas constatei que não era assim... Pelo caminho vi dezenas de autocolantes reflectores ainda colados em postes, árvores e no chão. Também encontrei uma placa de marcação de Km e um saco do lixo preso com fitas a um poste. Quando voltei para trás resolvi retirar as fitas que conseguia e fui parando e descolando os autocolantes que me eram possíveis retirar sendo que não tinha nenhum outro utensílio que não as mãos. 



Fiquei um pouco irritada com esta situação uma vez que uma prova que se intitula ECO e que referia tanto essa vertente não pode de forma alguma ter este tipo de situações acontecerem. Pelo que sei havia um grupo de "vassouras" que fizeram uma caminhada e que supostamente iriam recolher todas as marcações encontradas no percurso. Compreendo que não vissem todas mas até 2ª feira não deviam restar vestígios da prova ter ocorrido. Questionei a organização que me respondeu ao fim de 2 dias. A resposta apenas foi dada depois de terem ido recolher o resto das marcações que ficaram por retirar. Pior ainda foi a forma como a resposta foi dada, parecendo eu que deveria ter pedido desculpa pela questão colocada. Não gostei e equaciono se deverei voltar para o ano. Uma situação a ponderar.

Na quinta-feira fui a estreia do Trilho da Cabra-Manca. Este treino reúne pessoal habitual nos Trilhos para Totós. Na estreia devia ser mesmo eu a Cabra-Manca porque para além de ser a única rapariga presente senti-me literalmente uma Manca uma vez que atrasei os meus parceiros que iam dispostos a fazer um treininho a maneira mas que se foram revezando para me ir dar um empurrãozinho nas muitas subidas que me levaram a conhecer :) Para dizer a verdade adorei e foram todos impecáveis comigo. Não sei o nome de todos mas obrigado. O resultado desse treino foram 13,3 Km com um desnível de 412m em 1:50m.

No sábado quis repetir a dose. Pensei que seria uma versão um pouco mais light que 5ª feira porque me doíam um pouco as pernas e estava com bolhas nos pés. Mas não. Éramos apenas 4 e mais uma vez apenas a única rapariga. Estes rapazes deram cabo de mim. Desta vez foram 15,3 Km com um desnível de 429m em 2:04m. Para o fim já estava a ver tudo a andar a roda provavelmente com falta de açúcar no sangue. A coisa passou com uma maça gentilmente oferecida por um dos companheiros de treinos. Se não fosse isso teria de certeza caído para o lado. Obrigado pela paciência. No caminho encontramos as Tartarugas no parque de estacionamento das antenas e aqui temos uma foto para a posteridade.

Obrigada Marco Borges Runners Photos

Esta semana há mais para preparar o Monte da Lua :)


domingo, 22 de junho de 2014

Lisbon Eco Marathon - Corredor Verde

Ontem foi dia de Lisbon Eco Marathon. Inscrevi-me na versão curta que seriam 19 Km de acordo com o indicado pela organização.



O percurso seria cumprido em cerca de 15% em estradas alcatroadas, 40% em ciclovias e o restante em estradas florestais. A partida estava marcada às 21h00 no Parque Urbano do Calhau, junto aos "Pupilos do Exército".

Esta prova de cariz solidário não é apenas uma prova que iria doar uma pequena parte das receitas para instituições de solidariedade social. Todo o valor das inscrições serviu para angariar verbas para 4 instituições: Casa dos Rapazes, Terra dos Sonhos, Reefood e Casa das Cores. De valor :)

Chegamos ao Parque do Calhau cerca de uma hora antes e confraternizamos com outros atletas. O ambiente estava bom e sem as confusões habituais das provas "da moda". Ainda houve tempo para recolher o kit do atleta com direito a gel e isotónico. Nada mau. Esta prova é feita em autonomia quase total uma vez que apenas existem alguns pontos com agua. A ecologia é um dos temas do evento, sendo que é expressamente proibido deitar o que quer que seja para o chão e as garrafas para abastecimento deveriam ficar exactamente nesse local não sendo permitido o transporte das mesmas.

Estava a ficar frio e só me apetecia que dessem o tiro de partida. A hora marcada lá partimos cerca de 430 atletas.

Esta iria ser a primeira prova com alguns trilhos em que iria correr de noite. Estava um pouco preocupada porque vejo muito mal, mas de noite então vejo mesmo muito pouco. E não consigo correr de óculos... A adicionar teria de correr com frontal, mais uma novidade para mim, uma vez que não há nenhuma iluminação nas zonas por onde passávamos.

Os primeiros quilómetros foram percorridos em estradas alcatroadas, e depois passamos em estradas florestais. E ai é que a coisa se complicou. Escureceu rapidamente e eu não via um palmo a frente do nariz... A luz do meu frontal era tão forte como uma luz de presença para crianças não iluminando o caminho. Nos primeiros Km ainda fui tendo o caminho iluminado por atletas com frontais de qualidade que tornavam o breu em dia, mas rapidamente todos fugiram de mim e fiquei só eu e a escuridão. Muito a medo lá fui "as apalpadelas" Monsanto fora não fazendo a mínima ideia por onde estava a passar. Tendo em conta a minha tendência para torcidelas de pés e a total ausência de luz optei por seguir muito devagar, mesmos nas descidas, onde gosto de por prego a fundo. Ainda me perdi porque a sinalização numa determinada zona não era grande coisa. De repente e sem contar com isso, uma vez que ainda só tinham passado pouco mais de 8 Km, chego a Rotunda de Pina Manique. Achei estranho uma vez que a prova tinha 19Km. Pensei que talvez tivesse de depois andar as voltas no Parque Eduardo VII... Os últimos Km foram percorridos pela Ciclovia onde não foi mais necessário frontal. Conheço bem a ciclovia uma vez que treino ai com alguma regularidade. Quando piso o inicio da ciclovia apercebo-me da estupidez que foi ter levado as minhas sapatilhas de trail... Agarravam-se ao piso como se fosse cola dificultando a minha progressão nessa ultima parte da prova que seria ideal para compensar o tempo perdido na escuridão de Monsanto. Buhhh. O que reparei também foi que depois da ciclovia que acabava em Campolide não havia qualquer sinalização no Jardim que indicasse por onde ir e dai até ao Parque Eduardo VII a mesma coisa. 

Demorei uma eternidade a fazer esta prova 1:49:46 para fazer 15 Km... Isso mesmo 15 Km em vez de 19 Km. A organização já explicou o sucedido na página do Facebook. Não deixa de ser estranho mas foi justificável. "Por um erro de um elemento da organização, que não reparou que o primeiro classificado da prova de 19km confundido-o com um participante da Maratona , foi dada a indicação para este seguir no percurso da Maratona. Isso causou um atalho de 4km relativamente ao percurso inicialmente proposto.O erro foi detectado de imediato, mais precisamente à passagem do terceiro classificado, porém era necessário tomar uma decisão e optou-se por fazer com que todos os participantes fizessem o mesmo percurso. "

No final tivemos direito a isotónico, agua, uma barra de proteína e um saco com mais uma tshirt e uma medalha. Para além disso tínhamos um verdadeiro banquete a nossa espera: Sandes, croissants, bolos e imperial a descrição. Uma maravilha :)

Nota positiva a esta prova provavelmente a repetir em 2015 quem sabe para nos 42 Km.

Conclusão: tenho de começar a treinar a noite em Monsanto com frontal e já agora comprar um de jeito para me iluminar o caminho tendo em conta o meu numero de dioptrias :)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Acabaram as férias... para já :)

Pois é... Tudo o que é bom acaba depressa :( E a primeira fase de férias terminou. Sem dramas...

Agora o calor vai começar a apertar e a necessidade de treinos mais intensos também. São necessários treinos de corrida com mais Km, treinos de reforço muscular e também as escadas e rampas. Vamos a isso. A ideia é ir fazendo cada vez mais treinos em Monsanto de preferência com algumas subidas.

Nestes últimos meses tenho tido diversos problemas com o meu relógio GPS Garmin Forerunner 10. Inicialmente foi o problema da bracelete, que se descolou sem razão aparente. Não andei com o relógio em agua (embora aparentemente ele seja a prova de agua e possibilite utilização em piscinas) e não dei nenhuma cacetada com ele pelo que não percebi o que se passava. Nessa altura fiz algumas pesquisas na net e percebi que não era caso único. Muita gente se queixava de que a parte de plástico dura se descolava da parte de plástico mole da bracelete. Resolução de problema tipica de uma "engenheira": dar-lhe com supercola3 :P

E assim foi. Praticamente de 15 em 15 dias tinha de reforçar a dose de Supercola. Até que no Trail de Sesimbra ia ficando sem ele porque se descolou no meio do caminho e caiu do pulso quase sem eu dar conta. Para além de praticamente o ter perdido ainda fiquei sem registo da quase totalidade da prova... Outra coisa que também começou a acontecer foi que o relógio deixou de fazer o registo de altitude, ou seja, não registava o desnível positivo e negativo. Resumindo estas historias já me andavam a tirar do sério pelo que resolvi investir num novo bichinho. Tchan tchan nana... Aqui está ele:

Suunto Ambit2 R
O que é que me fez optar por este relógio? Já que ia ter de investir pensei num relógio que permitisse ter algumas funcionalidades extra e que fosse robusto, sem ter ar que se vai desfazer aos bocados a primeira adversidade :)
Já o experimentei e gostei bastante. É muito leve e bastante funcional para além de permitir importar percursos. Ainda estou a aprender a usa-lo mas com o tempo vai lá.

O próximo passeio vai ser a Lisbon Eco Marathon amanhã. Vamos ver como se porta.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Oh Meus Deus Serra da Estrela - Versão Light K25

No dia 01 de Junho parti rumo as tão desejosas férias. Metade programadas para a Serra, incluído a prova OMD, e metade programadas para a Praia :) Perfeito. Iamos aproveitar a semana na Serra para passear e para nos habituarmos a altitude. Ficamos instalados na Pousada da Juventude das Penhas da Saúde, a 1400 m de altitude e começamos o passeio. Conheço pouco da Serra da Estrela e por isso lá seguimos para o Xico me mostrar alguns sítios interessantes. Fomos a Belmonte e demos um salto a Torre para ver como estava o ambiente. Da última vez que estive na Serra foi impossível subir a Torre por causa do tempo mas desta vez consegui finalmente chegar ao Ponto mais alto de Portugal Continental.


Nesta foto consegue ver-se a Garganta da Loriga local por onde passariam os participantes dos K70, K100 e 100 Milhas. Da torre não dá para ter a percepção do local. Só tive consciência da grandeza do sítio uns dias depois quando fui até Loriga.
No dia seguinte fizemos o primeiro treino suave na Serra. O Xico não se queria cansar muito uma vez que iria fazer a sua primeira prova na distância de K70. Queríamos fazer uma caminhada dos Piornos até a Varanda dos Pastores, que é um miradouro natural sobre a Cova da Beira. Quem já visitou sabe como a vista de lá é maravilhosa mas para mim teve de ficar para outra vez. É que o percurso pedestre até lá não está devidamente assinalado e deixamos de ver trilhos e mariolas. Ainda tentamos continuar por nossa conta uma vez que o Xico conhecia o local mas tivemos de desistir uma vez que começamos a enfiar os pés em vegetação que parecia seca e fofa mas que por baixo tinha água gélida, ainda restos do gelo recém derretido. Optamos por voltar para trás mas não resisti a transformar a caminhada numa corrida de regresso ao ponto de partida para ver como o meu corpo reagia a altitude em esforço.E de facto é diferente.


O tempo também não estava nos seus melhores dias pelo que aqui esta a foto possível.



No dia seguinte resolvemos ir até Piódão, uma aldeia histórica, muito bonita, mas para chegar da Covilhã lá demora-se uma eternidade porque a estrada cheia de curvas passa por um sem fim de terras com 2 ou 3 casas. Nesse passeio tivemos obrigatoriamente de passar pela Torre e ai começamos a tomar consciência do que se aproximava… Vimos a primeira bandeira que assinalava a passagem do OMD…

Torre

A partir desse momento em quase todas as localidades onde passávamos encontrávamos fitas de marcação de percurso. Estavam a seguir-nos… Ou seriamos nos que estávamos a ser atraídas para elas?? O que é certo é que senti alguma inveja por saber que a minha prova infelizmente não iria passar por esses locais magníficos. O que estava programado é que a prova de K20 seria um percurso maioritariamente em estradão desde Gouveia a Seia pelo que não passaria por nenhum dos sítios onde avistei as fitas…
Nesse dia ainda houve tempo para um treino leve das Penhas da Saúde até aos Piornos com cerca de 200m D+ em mais ou menos 2 Km. Estava muito vento e muito frio.

Tinha ouvido que o tempo iria piorar na sexta-feira e fiquei um pouco preocupada uma vez que o mau tempo poderia ser prejudicial a prova tendo em conta a instabilidade que se poderia encontrar na Torre. A preocupação não era comigo mas por todos aqueles que iam iniciar a prova as 16h de sexta (100 Milhas) e 00h de sábado (100 Km).
Nesse dia resolvemos ir a Unhais da Serra ao Medical Spa do H2otel para relaxar. Mal acordamos e abrimos a cortina vimos que estava um nevoeiro cerrado. Não se via um palmo a frente do nariz. Pensei positivamente que pela tarde o nevoeiro levantaria e ficaria um sol radioso. Aproveitamos o Aquadome (o Spa) durante toda a manhã e almoçamos também em Unhais mas o tempo não parecia melhorar. Pese embora o nevoeiro tivesse levantado uma chuva miudinha parecia instalar-se. E de facto foi isso que aconteceu. A chuva não parou até de noite. Fui sabendo notícias da prova pelo Facebook do evento e percebi que quem tinha chegado primeiro a Loriga tinha sido o Luís Mota e a seguir o brasileiro Oraldo Romualdo. A partir dessa notícia não consegui saber mais nada. Só esperava que tudo corresse pelo melhor a todos os participantes. Dormi bastante mal com pensamentos sobre o que poderia estar a acontecer aos atletas que já tinham iniciado a prova e com o barulho assustador do vento.

Tivemos de acordar bastante cedo no sábado porque o nevoeiro continuava e tínhamos de fazer a viagem Penhas da Saúde – Seia passando pela Torre. Quando chegamos a Seia os atletas dos K70 começaram a preparar-se para a partida e a receber as últimas recomendações da Organização. Ficamos a saber que entre a Garganta de Loriga e a Torre se tinham atingido temperaturas bastante baixas que tinham feito alguns estragos. Soubemos que o Luis Mota tinha entrado em situação de hipotermia e que teriam demorado cerca de meia hora para conseguir repor a sua temperatura corporal. No final acabei por saber que teria desistido ao Km 116 devido as mazelas causadas por esta situação extrema. Fiquei logo com nervoso miudinho… Lá partiram e vi o Xico e o amigo Luzio a seguir viagem para o desconhecido. Não sei explicar porquê mas continuei a sentir aquela dor de cotovelo. Não deveria ser muito normal tendo em conta o facto de ter acabado de ter conhecimento das condições adversas pelas quais iriam passar, já para não falar dos Km… Serei doida??

Desanimada lá fui levantar o dorsal da minha prova sabendo a partida que não teria nem metade da beleza paisagística daquela pela qual os outros participantes das outras distancias passariam. A hora marcada seguimos de autocarro ate Gouveia para o local da partida. Um elemento da Organização aproveitou o caminho para nos dar umas luzes do percurso. Resumidamente disse o seguinte: “A prova começa a subir, a subir e continua a subir e quando vocês pensarem que já não vão subir mais voltam a subir…”. Ora que bem. Eu que tinha pensado que as oscilações não seriam muitas… Afinal sempre vai haver alguma emoção. Mas o melhor/pior ainda estava para vir… Obtivemos mais uma informação de última hora: iríamos sair de Gouveia com uma atleta-guia que nos iria levar ate a primeira fita. A corneta soou e lá fomos. O que não imaginei é que esse percurso entre o centro de Gouveia e a 1ª fita com cerca de 3 Km seria percorrido a velocidade supersónica pela atleta-guia através de uma pista de Downhill. Ok fixe! Não pensei  foi que fosse numa pista de “Uphill”. Caneco…  Só para terem uma ideia o meu Km2 foi  o pior de toda a prova…
Este pormenor estragou os meus planos por completo. Tinha decidido apenas encher a mochila com água no primeiro abastecimento,que pelas indicações seria ao Km4. Só que o Km 4 efectivo de prova não coincidia com o Km4 de corrida. Que sede… Ainda bem que dei com o abastecimento, coisa que não aconteceu a muita gente, senão tinha de bater a porta de alguém para pedir agua. Chegada ao abastecimento o senhor olha para mim e diz: “É a primeira!!!”. Como assim?? Os outros participantes já nem se viam no horizonte!!! O senhor devia estar confuso… Mas continuava a insistir… Sim é a “Primeira pessoa a passar neste abastecimento…, é dos 100 Km, não é?” pergunta o senhor. Ao que respondo prontamente que não. Parece que NINGUÉM tinha passado no abastecimento porque ninguém o viu… Lá atestei a mochila e segui viagem. Começo a tentar beber a agua da mochila e novo problema surge… A agua não saia… A pipeta estava aberta mas a agua não havia meio de sair… Não acredito… Tive de ir abrindo a mochila e vazando a agua para o bidon a medida que a agua acabava. Ainda encontrei o Jorge que me disse que era azelhice minha mas o que é certo é que continuou a não sair agua. A prova estava a correr bem, sentia-me bem, não me doía nada, só o raio da água para me atormentar.
O abastecimento seguinte ainda era distante. Seria só aos 17 Km mas como íamos com a diferença de cerca de 3 Km só apareceu mais tarde. Como não tinha agua suficiente não consegui comer nenhuma barra de marmelada que tinha mas também não tinha vontade.
Tal como previa não passei por nenhuma paisagem de cortar a respiração mas adorei a experiência de correr no meio de um rebanho de cabras. Ia eu a subir uma “paredezita” quando reparo que vinha uma pessoa atrás de mim com quem eu não me tinha cruzado em todo o percurso. Era o 1ª atleta dos 100 Km que vinha fresco que nem uma alface. Perguntou-me se estava tudo bem e eu fiquei surpreendida porque não estava a espera de ser ultrapassada por um atleta dos K100. Ele lá seguiu e passado uns minutos deixei de o ver.

Continuei no meu ritmo. O percurso tinha vários tipos de terreno: estradão, pedra roliça e pinhal. Para mim o pior é a pedra roliça nas descidas. Tendo em conta a tendência para por os pés de lado é sempre a parte que menos gosto. Mas desta vez nem correu mal já que não cai…

Chego ao abastecimento de Povoa Velha e sei que já falta pouco para Seia. Comi uns gomos de laranja e segui. Cheguei ao que seria a última e derradeira subida. Uma estrada de pedra em paralelos que foi impossível de correr. Lá cheguei a Seia sem nenhuma maleita e passei a meta com 3:59h para cerca de 26 Km. Pensei que até tinha sido bom e tinha melhorado tendo em conta que para os 21 Km em Sesimbra tinha demorado 3:50h. Recebi a medalha e fui logo atacar a agua e mais uns gomos de laranja. Sabia que ainda tinha de esperar pela Cláudia que tinha ficado com a chave do carro para irmos tomar banho e esperar lavadinhas pelos atletas K70. Enquanto esperava e em conversa com a rapariga que tinha ficado a primeiro lugar ela disse-me: “Se calhar ainda vais ao pódio acho que foste a 2ª ou 3ª a chegar.” O QUÊ?? PÓDIO?? Naaaa. Deve haver alguma confusão. Até que as tantas confirmo que fui a 3ª mulher a chegar e como tal teria o direito a subir ao pódio para receber o troféu. E AGORA??? Chego ao pódio e não tenho ninguém a assistir??? A Cláudia ainda não tinha chegado e o Xico e o Luzio nem pensar. Lá fui sozinha recolher o meu prémio. E digam lá que não era espectacular…

A minha "taça"


Pódio K25 (Presidente da Câmara Municipal de Seia, 1ª Classificada Vera Vaz, Elemento da Organização, Eu) Faltou a 2ª Classificada Helena Rodrigues

Como é óbvio fui logo confrontada com perguntas do género: “ Foste a 3ª? Quantas havia em prova? 3?” Bem o que é facto é que eramos mesmo muito poucas mulheres (penso que 7) mas não tenho culpa de não haver mais mulheres a participar nesta prova. Percebo que para muitos este simples prémio não vale de nada mas para mim serviu para me motivar e ajudar a continuar. Vou continuar a treinar e vou conseguir atingir os meus objectivos e quem sabe se para o ano conseguirei chegar lá acima.

Piscina Natural de Loriga

Queria deixar uma palavra de agradecimento a Horizontes, pela organização 5 estrelas e pela constante preocupação para que tudo corresse bem.

Aos atletas que acabaram qualquer das provas mais longas os meus parabéns. Vocês são os verdadeiros campeões. Parabéns também ao Xico (o meu herói) e ao Luzio por terem conseguido acabar a vossa prova de K70, distancia que percorreram pela 1ª vez, sãos e salvos.